A cozinha estava simplesmente repleta de comida. DÃAAAA aquilo era uma festa de aniversário. A minha festa de aniversário. Porra, ao menos não tinham balões e um palhaço. Eu encarei minha tia, imaginando que aquela vaca miserável poderia ouvir meus pensamentos só pelo grau de nervosismo do meu rosto, e conseguisse no mesmo instante uma desgraça de um palhaço. Eu suspirei, meu pai me encarou ao me ver entrar.
- Tá fazendo o quê aqui? Vai pra sala caralho.
- Minha tia quem me mandou vir!
- PORRA LOURDES! EU FAZENDO OS TREM PRO MEU FILHO E VOCÊ QUER QUE ELE TRABALHE NO DIA DO ANIVERSÁRIO? QUE PORRA VELHO, VOCÊ QUE TEM QUE TRABALHAR. - Os olhos dele estavam inchados, a boca tremendo, ele com certeza ia começar a passar mal. Eu me virei e saí da cozinha, os gritos de minha tia se iniciando após os do meu pai. Como eu queria que existesse alguém no mundo que pudesse me entender.
- Existe.
Uma corrente fria passou. Eu olhei pros lados, não havia ninguém. Suspirei,.Ótimo, agora estava louco. Fui até a sala calmamente, a cachorrinha de minha prima roendo algum dos meus fodidos presentes recém ganhos. Eu pulei nela, a pegando. Ela rosnou.
- SOLTA ESSA PORRA. - Ela latiu alto, alguém na cozinha perguntou o que havia acontecido.
- Joga ela pela janela. - A voz do garoto falou e eu a obedeci. Foi um impulso. Porra, agora sim eu estava fudido. A cachorrinha saiu voando, latindo. Eu corri até a janela, ela caiu por alguns segundos e então... - Muito bem. - Eu me virei, para o lado daonde vinha a voz. Ninguém. Eu estava branco, paralizado, mudo, chocado. Comecei a imaginar uma trilha sonora de filme de terror. De repente os sons na cozinha haviam parado. Eu rastegei até o lado oposto da sala. A voz ao menos havia parado. PEEEEEEN. Eu dei um pulo. O interfone havia tocado, eu suspirei, e fui até ele.
- Oi.
- CARA, O CACHORRINHA DA SUA PRIMA TÁ MORTA!
- E daí?
- An... Nada. - Escute o som de uma garotinha chorando no fundo. - Abre aí.
- Não, valeu. - Eu desliguei o interfone. Ele tocou de novo. Meu pai apareceu, sorrindo, com a cara mais falsa do mundo.
- Convidados chegando? Que bom, vou conhecer seus amiguinhos novos da escola. - Viva meu pai, viva. Ele pegou o interfone e abriu o portão. Abriu a porta da sala então e ficou lá, como uma estátua, esperando o garoto entrar. Uma vara de 2 metros e meio se postou diante da porta. Espinhas no rosto, um dos dentes da frente recém quebrado e um brinco ridículo rosa na orelha.
- Oi... - Ele olhou para o meu pai.
- Seja bem vindo, você deve ser um dos amigos de meu filho... Qual o seu nome? - QUE MERDA, sabe aqueles filmes terríveis de comédia, em que nada é engraçado? Esse tá parecendo um deles.
- Ann... Sebastian. - É ão, para ser mais sincero. Ele encarou meu pai e então meio que se esquivou, vindo até mim. - Cara, esse é seu pai? - A cara dele estava assustada demais para ser de deboche. Ele se sentou. - Sabia que a cachorrinha da sua prima tá morta lá embaixo? O porteiro mandou avisar que é pra alguém descer e etc... - Eu fiz um sinal de "tanto faz" com os ombros. Ele ficou me encarando.
- Vou pegar um refri, calma. - Me levantei, e saí pela porta. O retardado nem reparou. Eu fui até a varando do andar do prédio, que dava para uma vista muito ruim. Só lixo, e prédios. O centro da cidade.
- Linda vista, mas prefiro a de Paris.
- Tá fazendo o quê aqui? Vai pra sala caralho.
- Minha tia quem me mandou vir!
- PORRA LOURDES! EU FAZENDO OS TREM PRO MEU FILHO E VOCÊ QUER QUE ELE TRABALHE NO DIA DO ANIVERSÁRIO? QUE PORRA VELHO, VOCÊ QUE TEM QUE TRABALHAR. - Os olhos dele estavam inchados, a boca tremendo, ele com certeza ia começar a passar mal. Eu me virei e saí da cozinha, os gritos de minha tia se iniciando após os do meu pai. Como eu queria que existesse alguém no mundo que pudesse me entender.
- Existe.
Uma corrente fria passou. Eu olhei pros lados, não havia ninguém. Suspirei,.Ótimo, agora estava louco. Fui até a sala calmamente, a cachorrinha de minha prima roendo algum dos meus fodidos presentes recém ganhos. Eu pulei nela, a pegando. Ela rosnou.
- SOLTA ESSA PORRA. - Ela latiu alto, alguém na cozinha perguntou o que havia acontecido.
- Joga ela pela janela. - A voz do garoto falou e eu a obedeci. Foi um impulso. Porra, agora sim eu estava fudido. A cachorrinha saiu voando, latindo. Eu corri até a janela, ela caiu por alguns segundos e então... - Muito bem. - Eu me virei, para o lado daonde vinha a voz. Ninguém. Eu estava branco, paralizado, mudo, chocado. Comecei a imaginar uma trilha sonora de filme de terror. De repente os sons na cozinha haviam parado. Eu rastegei até o lado oposto da sala. A voz ao menos havia parado. PEEEEEEN. Eu dei um pulo. O interfone havia tocado, eu suspirei, e fui até ele.
- Oi.
- CARA, O CACHORRINHA DA SUA PRIMA TÁ MORTA!
- E daí?
- An... Nada. - Escute o som de uma garotinha chorando no fundo. - Abre aí.
- Não, valeu. - Eu desliguei o interfone. Ele tocou de novo. Meu pai apareceu, sorrindo, com a cara mais falsa do mundo.
- Convidados chegando? Que bom, vou conhecer seus amiguinhos novos da escola. - Viva meu pai, viva. Ele pegou o interfone e abriu o portão. Abriu a porta da sala então e ficou lá, como uma estátua, esperando o garoto entrar. Uma vara de 2 metros e meio se postou diante da porta. Espinhas no rosto, um dos dentes da frente recém quebrado e um brinco ridículo rosa na orelha.
- Oi... - Ele olhou para o meu pai.
- Seja bem vindo, você deve ser um dos amigos de meu filho... Qual o seu nome? - QUE MERDA, sabe aqueles filmes terríveis de comédia, em que nada é engraçado? Esse tá parecendo um deles.
- Ann... Sebastian. - É ão, para ser mais sincero. Ele encarou meu pai e então meio que se esquivou, vindo até mim. - Cara, esse é seu pai? - A cara dele estava assustada demais para ser de deboche. Ele se sentou. - Sabia que a cachorrinha da sua prima tá morta lá embaixo? O porteiro mandou avisar que é pra alguém descer e etc... - Eu fiz um sinal de "tanto faz" com os ombros. Ele ficou me encarando.
- Vou pegar um refri, calma. - Me levantei, e saí pela porta. O retardado nem reparou. Eu fui até a varando do andar do prédio, que dava para uma vista muito ruim. Só lixo, e prédios. O centro da cidade.
- Linda vista, mas prefiro a de Paris.
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